22 de dezembro de 2012

Augusto e Ivo Mayer, dois amigos e dois ícones do Jazz que deixam saudade

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Conheci-os há cerca 8 anos e sempre que passava pelo Chiado e podia visitava-os na sua loja situada próximo do Largo Camões, onde sempre os encontrava disponíveis, afáveis e generosos para uma conversa em torno do jazz ou das últimas tropelias do governo (este e os anteriores).

Firmou-se ao longo dos anos uma amizade e uma confiança que muito me honrou, o que me permitiu também poder utilizar nos meus livros as fotografias com que Augusto Mayer retratou o jazz em Portugal entre os anos 40 e 80, actividade em que foi único. Tive, aliás, oportunidade de o homenagear publicamente no CCB em Outubro de 2008.

Augusto Mayer (1926-2012) e Ivo Mayer (1928-2012), irmãos, companheiros das tertúlias jazzísticas e não só, faleceram, respectivamente, hoje e ontem, como que unidos também neste momento fatídico. O jazz e a cultura em Portugal ficaram mais pobres e mais órfãos de memória.

O livro que estava a preparar com o espólio fotográfico de Augusto Mayer, em articulação com o próprio, faz agora ainda mais sentido, mas o mais importante foi a ligação de amizade que me foi possível estabelecer com ambos e o que com eles aprendi sobre tudo: o jazz, o que jaz e o que subjaz na Vida.

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Hoje é, portanto, um dia muito triste para mim não só pelo fim do ciclo para Augusto e Ivo, mas pela falta que me vão fazer as conversas, o prazer de passar pela loja para dizer "olá, como estão?" e mergulhar na memória do jazz e do país com quem a viveu intimamente.

Escrevi um dia que "quando morre alguém é parte de nós que morre também pois esse quem leva consigo parte de nós que só com ele partilhámos".

Porém, a vida continua e sinto-me feliz por ter tomado a iniciativa que sempre foi a de Augusto Mayer: honrar os que partem na comunidade do jazz, prestando-lhes uma última homenagem nos media nacionais.

R.I.P..



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