29 de novembro de 2003

Um disco imperdível

Está em promoção (11.95 euros) na FNAC do Chiado um disco fabuloso só com blues e tocado por alguns dos gigantes do jazz.

Chama-se «Back to Back», é uma reedição de um clássico de 1959 e conta com Duke Ellington e Johnny Hodges, além de Harry 'Sweets' Edison, Les Spann, Sam Jones e Jo Jones.

Além da qualidade musical, a gravação é irrepreensível e o som é aquele som do jazz com sentimento e 'arrastado', dos saxofones e trompetes que 'choram' e vibram. São notáveis os verdadeiros diálogos musicais entre Harry 'Sweets' Edison e Johnny Hodges.

Quanto a Edison lembro-me de o ver nos bastidores do Coliseu, em 1992, a dormir todo estendido num caixote de madeira, com o trompete ao lado. É daquelas imagens que ficam.

Já agora um conselho para quem for cliente da FNAC. Não sei se noutros estilos musicais se passa o mesmo mas no jazz convém não comprar nada sem antes verificar o mesmo disco em pelo menos duas lojas FNAC. É que entre a FNAC Colombo e FNAC Chiado as diferenças são brutais. Este mesmo disco, «Back to Back», custa 20,00 euros no Colombo e apenas 11,95 no Chiado. Noutras vezes é o Colombo o mais barato. Creio que tem a ver com as promoções de cada loja, mas ainda assim não deixa de ser estranho que na mesma cadeia se pratiquem preços tão díspares, sobretudo uma cadeia que tem como compromisso devolver a diferença se o cliente encontrar mais barato noutra loja...

28 de novembro de 2003

Maria Viana no CCB, eu vou!

Hoje (28) e amanhã (29), às 19h00, a 'nossa' Maria Viana está de 'serviço' no pequeno auditório do CCB, por conta dos blues e dos espirituais negros.

Conhecida que é a emoção que coloca na voz, adivinha-se um concerto a não perder, ainda por cima a preços convidativos (10,00 e 12,00 euros).

Aqui fica o texto promocional:

O programa é composto por uma coleção de canções espirituais, a especial criação dos negros norte americanos que, na miséria da escravatura, e sob a influência do Cristianismo, frequentemente identificavam a sua condição com o sofrimento dos filhos de Israel no Egipto, e, por extenção, usando imagens do Velho Testamento, a existência da Terra Prometida, para onde iriam depois da morte (muitas vezes figurativamente referido como "atravessar o rio Jordão").

Terra Prometida "I have a dream"

A multidão que seguiu Martin Luther King nos anos 60 entoou canções espirituais na luta pelos direitos civis. Hoje, como no passado, esse cancioneiro tem ajudado à elevação espiritual dos povos e á busca de soluções não - violentas para os problemas do mundo. Alan Thomas/Maria Viana.

26 de novembro de 2003

Quem tira o jazz do buraco?

Soube-se hoje que mais um autocarro mergulhou para o abismo no país do improviso. O acontecimento teve lugar desta feita em Alcântara, Lisboa, e não é insólito.

Aguarda-se confirmação sobre se o referido buraco pode ou não engolir o país. A SIC e a TVI estão em directo das profundezas da cratera e interromperão este blog a qualquer momento com as últimas.

Entretanto, também o jazz está refém de um buraco e não há grua à vista que possa tirá-lo de lá...

A saber:

- O Ministério da Cultura pouco ou nada apoia o jazz e devia porque ele também é cultura e já é considerado a música clássica americana, além de ser um dos expoentes da dita música popular;
- As autarquias, com honrosas excepções (Matosinhos e Cascais) preferem investir em festivais a investir nos músicos e na sua educação;
- Os preços dos concertos são extraordinariamente elevados e nem sempre com a correspondente qualidade. Nos anos 70, Villas-Boas foi alvo de cartas abertas na imprensa e por bem menos...
- Nas lojas, o espaço para o jazz definha a olhos vistos. Coisas da lei da oferta e da procura, dizem-nos.
- O preço dos discos de jazz é exageradamente elevado. Não há novidade que se preze que não ultrapasse já a fasquia dos 18/20 euros. Coisas do IVA a 19%.
- A literatura sobre jazz é mais difícil de encontrar do que o célebre Lince da Serra da Malcata. Se virem por aí algum livro avisem! É espécie rara e ameaçada de extinção.
- O espaço dos jornais para relatar os concertos de jazz já foi maior e já abrangeu mais jornais. Na televisão nem se fala, mas o mesmo se aplica à música em geral que não ande nos tops.
- Jazz na rádio... na TSF já era, resta o do José Duarte, o do Manuel Jorge Veloso e o da Rádio MArginal, a par de mais alguns programas mais ou menos desconhecidos, mais ou menos relegados para depois de 'Round Midnight'.
- Um museu do jazz (que faria sentido pelo menos em Cascais e mesmo em Lisboa), não passa de um sonho. Já não era mau se existisse integrado num verdadeiro museu da música. Existe o museu dos instrumentos ou da música, mas está bem enterrado no metro do Colégio Militar, salvo erro. Ali ninguém corre o risco de o encontrar, como 'convém'.
- Pautas para tocar jazz há, mas nunca a menos de uns 25/30 euros, o que as torna inacessíveis. Já para não falar do preço dos instrumentos, fiscalmente taxados como produtos de luxo. Depois queixam-se que na música pop e rock já só há sintetizadores e música plástica... (não resisti à provocação).

24 de novembro de 2003

500 acessos, tantos quanto o público fiel do jazz em Portugal!

Muito obrigado a todos os que têm visitado este blog. Esta semana atingimos as 500 visitas, tantas quanto o que se diz ser o público fiel ao jazz em Portugal, que é também mais ou menos o número que vende um livro de poesia no país do improviso.

Mas, mitos são apenas mitos e pelos últimos concertos de jazz, mais do que esgotados, se tem visto que o público do jazz são afinal outros 500! Serão 1000? 2000? Serão 10 milhões?

22 de novembro de 2003

Curtis Stigers, a voz de que se fala faz-se ouvir dia 5 no CCB

Já a preparar o concerto de Curtis Stigers no CCB, no próximo dia 5 de Dezembro, hoje foi dia de ouvir dois dos seus registos para a editora Concord e confirmar que esta voz tem futuro no jazz, tanto como o passado que teve na pop, onde contracenou com os grandes nomes, de Clapton a Rod Stewart (este músico lançou recentemente o II volume de canções do american songbook e não está nada mal!).

Já agora, aqui fica uma breve biografia de Stigers, que também toca saxofone.

CURTIS STIGERS

A voz deste cantor e a sua carreira são um caso sério de ambivalência e sucesso a duas vias, combinando o melhor de dois mundos. É que Curtis Stigers faz a ponte entre o jazz e a pop, entre os quais tem alternado no seu percurso musical, mas sem nunca comprometer a identidade específica de cada um destes estilos.

É por isso que a crítica musical o tem visto como um híbrido entre o Elvis Costello, da pop/rock, e o Mark Murphy, do bebop, tal como o descreveu recentemente o jornalista Stephen Holden, do «New York Times». Sobre Curtis Stigers, afirmou Holden que ainda que a sua voz seja «mais forte e o seu fraseado mais fluente do que o de Costello, possui a mesma vibração». Por outro lado, a semelhança com Murphy manifesta-se ao nível dos solos em scat singing.

Acontece que agora Curtis Stigers está de volta ao jazz de corpo e alma, ou o jazz a ele, e traz consigo um novo registo discográfico, «Secret Heart», e um trio musculado que pratica um jazz «straight-ahead» e sem concessões. Além disso, traz ainda o seu saxofone tenor, o que ajuda a imprimir ainda mais swing aos arranjos musicais dos temas e a emprestar-lhes uma certa chama do rock ?n? roll.

Nascido no Estado do Idaho, Stigers dirigiu-se para a ?big apple? aos 21 anos, onde musicalmente tudo acontece, mas também onde o trigo é separado do joio e é necessário muito talento e infinita persistência para vencer. Stigers evidenciou ambas as qualidades e quatro anos depois, em 1991, o seu disco de estreia, «Curtis Stigers», já vendia nada menos do que dois milhões de exemplares. «I Wonder Why» foi o single com mais sucesso, embora restem poucas dúvidas do porquê do sucesso quando se ouve a sua obra discográfica e se percebe que Stigers procura vestir os velhos standards com uma nova indumentária musical e vocal, além de trazer novos temas para o jazz e uma voz irrepreensível.

Na música pop e rock, Stigers apontou ao topo e foi no topo, com Elton John, Eric Clapton, Bonnie Raitt e Rod Stewart, que teve a oportunidade de efectuar várias digressões a nível mundial. Em 1992, alcançou enorme sucesso com ?(What?s so funny ?bout) Peace, Love and Understanding?, um tema de Nick Lowe que integrou a banda sonora do célebre filme «The Bodyguard».

Discograficamente, Stigers tem estado activo e em 1995 gravou o seu segundo registo, com o título «Time Was», a que se seguiram «Brighter Days» (1999), «Baby Plays Around» (2001) e «Secret Heart» (2002). Estes dois últimos registos foram já gravados para a prestigiada editora Concord, cujos créditos são sobejamente conhecidos, assim como as suas exigências de qualidade no que respeita ao seu catálogo de artistas.

Stigers tem ainda participado em gravações e tocado com músicos de renome no jazz, como Gene Harris, Toots Thielmans, Randy Brecker, Jimmy Scott, Frank Wess ou Red Holloway.

21 de novembro de 2003

Efemérides do Jazz em 2004

Nem só de Euro e Rock in Rio em Lisboa se faz o próximo ano. 2004 marca um conjunto de efemérides ligadas a figuras chave no jazz...

Aqui fica, pois, uma lista das principais:

EFEMÉRIDES 2004

- 30 anos de actividade profissional de Duarte Mendonça, o produtor de concertos de jazz com mais anos de actividade em Portugal.
- 45 anos da gravação de Kind of Blue, disco mítico do jazz, gravado em 1959 por Miles Davis.
- 45 anos da gravação de Giant Steps, outro disco mítico, gravado por John Coltrane.
- 60 anos do 1.º JATP (Jazz At The Philharmonic).
- 70 anos da abertura do Village Vanguard (um dos clubes de jazz mais famosos de NYC).
- 85 anos da gravação dos primeiros discos de jazz, pela ODJB.
- 100 anos do nascimento de:

Herman Autrey, 4/12/1904
Count Basie, 21/08/1904 (48 anos em Portugal - 1956)
Sharkey Bonano, 9/04/1904
Bill Challis, 8/07/1904
Bill Coleman, 4/08/1904 (45 anos em Portugal ? 1959)
Jimmy Dorsey, 29/02/1904
Stump Evans, 18/10/1904
Otto Hardwicke, 31/05/1904
Coleman Hawkins, 21/11/1904
Horace Henderson, 22/11/1904
Art Hodes, 14/11/1904
Pete Johnson, 24/03/1904
Donald Lambert, 1904
Jymmy Lytell, 1/12/1904
Bob McCracken, 23/11/1904
Glenn Miller, 1/03/1904
Don Murray, 7/6/1904
Joe Tricky Sam Nanton, 1/2/1904
Floyd O Brien, 7/5/1904
Emmanuel Paul, 2/2/1904
Bill Rank, 8/6/1904
Adrian Rollini, 28/6/1904
Buster Smith, 26/8/1904
Pine Top Smith, 11/6/1904
Eddie South, 27/11/1904
Jess Stacy, 11/8/1904
Fats Waller, 21/5/1904

De todos estes, um dos mais importantes é Count Basie. Para comemorar o 100º aniversário do seu nascimento propus já ao Presidente do Hot Club de Portugal um concerto homenagem, uma vez que a Big Band do Hot toca regularmente repertório deste músico/chefe de orquestra.

19 de novembro de 2003

Neger Jazz: procura-se disco

Este grupo gravou para a editora Vox, em Berlim, em Agosto de 1924.

Contactos para: joao_m_santos@hotmail.com

18 de novembro de 2003

A noite de Payton no Hot

Mais uma noite histórica no Hot Clube de Portugal, com a actuação do quarteto de Nicholas Payton, uma presença que foi possível graças à passagem deste músico por Lisboa em trânsito para Angola, país a que deverá chegar ainda hoje.

Musicalmente, a noite foi, como se esperava, muito interessante. Gostei particularmente da prestação de Reginald Veal no velhinho contrabaixo do clube, uma prestação que impressionou particularmente Bernardo Moreira, Presidente do Hot, levando-a a afirmar em voz alta: «o som que ele consegue tirar daquele chaço!» Reginald Veal é um dos grandes nomes actuais do contrabaixo no jazz e para tal muito contribuem a sua sonoridade, o perfeito sentido de tempo (impressionante a ligação com a bateria) e a colagem harmónica aos solistas.

Gostei também do jovem pianista Aaron Goldberg; criativo, seguríssimo no tempo, presente de corpo e alma, fabuloso em «I Mean You», de Thelonious Monk, harmonicamente inventivo, extasiante.

Na bateria acabou por se sentar um músico português (mais um milestone para o curriculum!), o cada vez mais maduro Bruno Pedroso, que não teve qualquer dificuldade em seguir o trio de músicos estrangeiros. Conhece os standards, tem técnica, sabe a linguagem, tem algo a dizer; nota positiva. Menos impressionantes foram porventura os seus solos.

E, finalmente, Payton, músico que não surpreendeu porque a sua competência já é mais do que conhecida entre nós. Humanamente, é uma personagem fleumática (influência da escola inicial de Marsalis?), dialoga pouco com o público, comanda o quarteto com olhares e não exterioriza qualquer emoção, ao contrário de Veal e de Goldberg. Pena que na nova geração de talentos se tenha perdido a visualização do prazer de tocar e a verdadeira alegria de estar em palco, muito embora tal seja em benefício de uma maior imagem de profissionalismo e seriedade do jazz. Musicalmente, Payton é irrepreensível e tocou basicamente standards («Softly as in a Morning Sunrise», «The Nearness of You», etc.) e temas de alguns dos gigantes do jazz, desde Joe Henderson («Recordame») a Miles Davis («Fran Dance»). Infelizmente, Payton não visitou o repertório de Louis Armstrong nem evidenciou todo o seu manancial técnico. Uma última palavra, e ainda a propósito do seu carácter fleumático: Payton, que se diz tão influenciado por Clark Terry, tem muito a aprender com o lado mais humano e simples deste músico. Pode e deve.

Pessoalmente, esta noite no Hot deu-me ainda a oportunidade de partilhar a mesa com Duarte Mendonça, Bernardo Moreira (Binau) e António José Veloso, com o qual troquei valiosas e importantes informações para o meu livro sobre a história do jazz em Portugal.

16 de novembro de 2003

A propósito de Payton

A propósito de Payton, aqui fica uma breve biografia que escrevi há três anos para o programa de um espectáculo que deu no Estoril Jazz.

Oriundo desse berço revigorado que tem sido Nova Orleães, Payton mostrou desde cedo a sua paixão pelo jazz e pela música ao pedir, aos quatro anos de idade, um trompete como presente de Natal. Para a rápida aprendizagem do instrumento que o músico revelou muito contribuíram, claro, a formação musical do pai (contrabaixista) e da mãe (pianista).

Não é assim de estranhar que aos nove anos Payton já acompanhasse o pai na Young Tuxedo Brass Band, mesmo não sabendo ainda ler música, e que aos doze anos obtivesse o seu primeiro trabalho, tocando com a ?The All Stars Jazz Band?. Mas foi Wynton Marsalis, seu conterrâneo, que desempenhou um papel crucial na carreira do trompetista, orientando a sua aprendizagem e recomendando-o ao pianista Marcus Roberts e ao baterista Elvin Jones.

Virtuoso, Nicholas Payton, tal como tantos outros músicos da nova geração de jazzmen, possui uma sólida formação musical, tendo começado por ingressar na New Orleans Center for Creative Arts (NOCCA), na qual estudou com o trompetista Clyde Kerr Jr., daí seguindo para os bancos da Universidade de Nova Orleães, para estudar com Ellis Marsalis.

Desde 1990, então com 17 anos, Payton tem tocado com alguns dos nomes maiores do jazz, de entre os quais se destacam principalmente Clark Terry, Marcus Roberts, Elvin Jones, Joe Henderson e Jimmy Smith, e, paralelamente, tem igualmente trabalhado com as orquestras do Lincoln Center e do Carnegie Hall, as quais tem integrado para interpretar obras de Jelly Roll Morton, King Oliver, Count Basie e Duke Ellington. Mais recentemente, Payton participou numa série de concertos na Europa, denominados ?Trumpet Summit?, com Jon Faddis, Wynton Marsalis e Roy Hargrove.

Em 1994, Payton gravou com o saxofonista Jesse Davis o álbum «High Standards», editando em 1995 o primeiro registo discográfico como líder, intitulado «From This Moment». E, desde esse preciso momento, Payton editou já mais alguns registos de grande qualidade: «Gumbo Nouveau», «Payton?s Place» e «Nick@Night».

Além de músico, Payton assume também o papel de formador, tendo inclusivamente participado nos Cursos Projazz, em Portugal, e de actor, papel em que se estreou em 1996, no filme ?Kansas City?, do realizador Robert Altman.

15 de novembro de 2003

Parem tudo!

Dia 17 de Novembro, às 23h00, noite em cheio no Hot Club de Portugal, com o quarteto do trompetista Nicholas 'Furacão' Payton, definitivamente a não perder.

É o regresso dos grandes nomes à Praça da Alegria (não a do Jorge Gabriel, onde não há jazz e só raramente há música).

Com Payton vêm: Aaron Goldberg (piano); Reginald Veal (contrabaixo); Adonis Rose (bateria). É difícil dizer qual destes é o melhor mas eu, que elegi o contrabaixo para meu instrumento, aposto claramente no Veal, que é excelente e dificilmente igualável pelos contrabaixistas da sua (nova) geração.

Rachel Ferrell

Hoje descobri uma nova cantora de jazz que me parecia prometer. Parecia nos primeiros dois discos porque ao terceiro não ressuscitou...

Ainda assim, aqui fica o endereço para quem queira ouvir umas amostras sonoras dos tais primeiros discos:

http://www.amazon.com/exec/obidos/ASIN/B000005GWF/qid=1068862058/sr=2-2/ref=sr_2_2/002-4723054-2333663

http://www.amazon.com/exec/obidos/ASIN/B000063RSY/qid=1068862058/sr=2-3/ref=sr_2_3/002-4723054-2333663

Recado para a Culturgest a propósito de Hutcherson

Pois é, pode parecer estranho mas há alguns fenómenos surreais na sociedade portuguesa. Passamos a explicar:

1.º Os portugueses trabalham (nem todos);
2.º Alguns dos portugueses que trabalham gostam de jazz (até para esquecer o trabalho);
3.º Dos portugueses que trabalham e gostam de jazz, alguns gostam de Bobby Hutcherson;
4.º Dos portugueses que trabalham, gostam de jazz e gostam de Bobby Hutcherson, nem todos têm tempo para ir comprar bilhetes à Culturgest porque senão faltam ao trabalho e depois não há dinheiro para o jazz e muito menos para o Bobby Hutcherson.

Conclusão (não sem apelo à lógica da batata): nem todos os portugueses que gostam de jazz são masoquistas.

Serve isto para dizer que a Culturgest não está propriamente no local mais central de Lisboa, ou de fácil acesso a quem trabalha, e que seria uma óptima ideia democratizar a distribuição dos ingressos para os espectáculos que aí têm lugar.

Que tal a FNAC, a ABEP, a Ticket Line, etc?

Bem me parecia que era uma boa ideia...

Bobby Hutcherson já era...

Quem guardou para os últimos dias a aquisição de bilhetes para o concerto de Bobby Hutcherson na Culturgest vai ter de aguardar por outra oportunidade para ver este genial vibrafonista.

Pois é, bilhetes nem vê-los.

Estranho fenómeno este de em tempo de crise os bilhetes 'voarem' mais depressa ainda. Será o jazz uma terapia para a depressão colectiva em que o país mergulhou?


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